sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

AS REVOLUÇÕES PRÓPRIAS DAS REPÚBLICAS

Causas das revoluções em democracia

Nos Estados democráticos a principal causa de mudança é o atrevimento dos demagogos, que caluniam os ricos, obrigam-nos a ligar-se entre si e amotinam publicamente o povo contra a coalizão.

Causas das revoluções em oligarquia

Nas oligarquias podemos encontrar duas causas de revolução, que são tanto da parte do povo (quando as pessoas com cargos se mostram injustas para com a multidão) como da parte dos ricos (consequência da existência das várias classes entre eles). As oligarquias destroem-se também a si próprias quando são minadas pela demagogia do seu próprio chefe. Outras causas menores são a adulação dos seus colegas por algum membro do Senado oligárquico, assegurar ao povo a benevolência dos magistrados, a dissipação dos seus bens em intemperências pelos responsáveis do governo, o aparecimento de uma espécie de oligarquia ainda mais estreita e vexames e insultos que as pessoas em destaque fazem umas às outras. Já quando a oligarquia está de acordo consigo própria não é fácil destruí-la.
As mudanças tanto se fazem em tempo de guerra (os magistrados, desconfiando do povo, vêem-se obrigados a chamar tropas estrangeiras) como em tempo de paz (os oligarcas, desconfiando uns dos outros, entregam a segurança do Estado aos seus soldados) e podem ser imperceptíveis quando a aristocracia se corrompe pouco a pouco (acontece também em qualquer república).

Causas das revoluções em aristocracia

A aristocracia é uma espécie de oligarquia, logo os casos de sedição são quase os mesmos. As causas para as sedições podem ser o pequeno número dos elegíveis (está ameaçada a tranquilidade quando muitos homens que se consideram de igual valor são afastados de determinada dignidade), população na miséria extrema e outros na opulência, quando um só pretende dominar sozinho ou pelo vício do pacto fundamental: a república com a errada mistura da democracia e da oligarquia e a aristocracia com a ausência de virtude.
A aristocracia e a república não poderiam ser mais contrastantes. Se a aristocracia se inclina para a oligarquia e as pessoas, em razão da sua riqueza, não têm qualquer escrúpulo em tirar aos outros todos os rendimentos, já a república inclina-se para a democracia, que é mais segura e duradoura (as pessoas são em maior número,mais fortes e mais fáceis de contentar). Contudo não é certo que a aristocracia se torne oligarquia e a república se torne democracia, embora seja essa a tendência: a aristocracia, raras vezes, pode tornar-se democracia (pela atracção dos pobres) e a república uma oligarquia (pela atracção dos ricos).
Contudo, no fim não há Estado duradouro senão aquele que tem por base a igualdade proissional, em relação ao mérito e à vontade geral de dar a cada um o que lhe é devido.

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